Calvície (alopecia androgenética)

A calvície é uma condição que afeta mais os homens, pois a queda dos cabelos está diretamente associada à presença dos hormônios sexuais masculinos, de modo especial à presença da testosterona. As mulheres também produzem esse hormônio, mas em quantidade bem pequena. Por isso, nelas, os casos de calvície são mais raros e, quando ocorrem, a perda é menos drástica.

O ciclo de vida de cada fio de cabelo é marcado por fases de crescimento, repouso e queda. Por volta de 90% dos nossos cabelos estão na fase de crescimento.  Depois de um curto período de repouso, em que para de crescer, o fio cai e, no seu lugar, um novo fio entra na fase de crescimento. Por isso, uma pessoa pode perder entre 50 a 100 fios de cabelo todos os dias, sem risco de desenvolver calvície, por causa desse processo de renovação contínua. O fato é que a duração média de um fio de cabelo, do nascimento até a queda, é ao redor de um ano e meio a dois anos.

Causas

As duas principais causas da queda permanente dos cabelos são a hereditariedade e os hormônios masculinos. Ambos promovem a atrofia dos folículos (bulbos) capilares e aceleram a queda definitiva.

As outras são o excesso de oleosidade, típico da dermatite seborreica, a aplicação exagerada de produtos químicos, distúrbios da tireoide, má alimentação, carência de vitaminas, certos medicamentos e estresse. Após cirurgias e partos e durante as aplicações de quimioterapia, a perda de cabelo pode ser mais intensa, mas é passageira. Nesses casos, cessada a causa, o cabelo volta a crescer.

Sintomas nos homens

Os primeiros sinais da calvície nos homens (alopecia androgenética) podem aparecer entre 17 e 23 anos. Dezessete anos é uma idade realmente perigosa. Os cabelos não caem de uma vez, mas a queda é contínua, persistente e irreversível, porque determinada pelos genes que a pessoa herdou do pai e/ou da mãe.

No início, as falhas aparecem perto da testa. São as famosas entradas. Depois, é a vez da “coroinha de padre”, um círculo sem cabelos no topo da cabeça. Na maior parte dos casos, os cabelos continuam caindo e a calvície toma conta de toda a área superior da cabeça, sobrando apenas fios que se concentram numa faixa nas laterais e atrás da cabeça.

Quando os sinais começam a aparecer mais tarde, por volta dos 25/26 anos, a queda é mais lenta e costuma responder melhor ao tratamento. No entanto, o mais provável é que, depois dos 50 anos, todos os homens de uma família geneticamente predisposta apresentem, em grau menor ou maior, sinais da perda anormal de cabelos.

Sintomas nas mulheres

Até a menopausa, as mulheres contam com a proteção dos hormônios femininos. Depois, quando os níveis de estrogênio desabam, a proteção desaparece e aquelas com predisposição genética podem manifestar uma queda anormal de cabelos. Diferente do que acontece com os homens, nas mulheres os cabelos da frente permanecem, mas os fios ficam finos e rarefeitos, especialmente no topo da cabeça, a ponto de, nos casos mais avançados, o couro cabeludo tornar-se visível.

Os casos de alopecia androgenética feminina vêm aumentando à medida que as condições da vida moderna expõem as mulheres a maior carga de estresse, tensão e ansiedade.  São considerados outros fatores de risco o excesso de produtos químicos utilizados nas tinturas, alisamentos e permanentes, por exemplo, puxar muito os cabelos para prendê-los em rabos de cavalo ou tranças e a carência de nutrientes e vitaminas provocadas pelas dietas restritivas para emagrecer.

Tratamento

Exceção feita à queda de cabelos por força da hereditariedade, nos outros casos, ela pode ser evitada, ou retardada, se forem afastados os fatores de risco e introduzidos alguns medicamentos.

O minoxidil é um vasodilatador apresentado sob a forma de loção de uso tópico, que ajuda a bloquear a ação dos derivados da testosterona no bulbo capilar e pode acelerar o crescimento dos cabelos. Como estimula o aparecimento de pelos na face e no corpo, seu uso é contraindicado para as mulheres.

Já a finasterida,  um medicamento para reduzir o tamanho da próstata,  que se mostrou também eficaz nos casos de calvície hereditária, é indicada exclusivamente para os homens. A advertência de que mulheres férteis ou grávidas não devem sequer tocar nos comprimidos, porque seu uso pode causar má formação fetal, consta da bula do remédio.

Há casos em que só o implante de cabelos pode representar uma solução estética para a calvície. O procedimento é cirúrgico e consiste na retirada dos bulbos capilares existentes atrás e nas laterais da cabeça, regiões que não sofrem a ação dos fatores genéticos e hormonais, para implantá-los na área rarefeita do couro cabeludo.

Recomendações

Alguns casos de perda de cabelos merecem atenção especial. Fique atento. Nem todos os tratamentos para calvície (muitos se dizem milagrosos) produzem os efeitos desejados. Ao contrário, as reações colaterais podem ser realmente adversas. Por isso, não se automedique. Procure um dermatologista se notar que:

  • Os cabelos estão caindo mais depressa e em maior quantidade nos últimos meses, ou caem em tufos;
  • O couro cabeludo está vermelho, coça muito ou arde;
  • A produção de oleosidade está muito acima do normal;
  • Sinais de caspa aparecem nas roupas e nos fios.

Para finalizar, lembre que, como todas as outras funções do organismo, a renovação dos cabelos fica mais lenta com o passar dos anos e parte dos fios que caíram não voltam a crescer. De acordo com a herança genética, esse tipo de alopecia atinge em graus diferentes os homens e as mulheres depois os 50 anos.

Você tem alopecia, queda de cabelo acentuada, cabelos ressecados e quebradiços?

Fonte: Dr. Drauzio Varella ( https://drauziovarella.uol.com.br/doencas-e-sintomas/calvicie-alopecia-androgenetica/)

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